29 de novembro de 2006

velando as águas


velando as águas
estremunhadas
do rio

um rasto de névoa
- num fio –
espreguiça-se
e boceja
ao longo do vale

enquanto se penteia
ao sol matinal

18 de novembro de 2006

enleio


o céu não enjeito
quando à terra me enlaço
e nela me deito
 

13 de novembro de 2006

medronhos



semeei entre a erva
um punhado de beijos
- à espera de ser colhidos

10 de novembro de 2006

raízes



se lanço raízes é porque
em teu ventre persisto
em teu regaço me abrigo

9 de novembro de 2006

quando à luz



quando à luz
da manhã se rompe
o torpor da neblina
há um odor a erva fresca
adoçando a colina